O QUE É UFOLOGIA ?
Ufologia ( Em Português ) ou Ovnilogia (português europeu) é o
conjunto de assuntos e atividades associadas com o interesse em objetos voadores não identificados -
OVNI, que têm sido objeto de várias investigações ao longo dos anos por
governos, grupos independentes e cientistas.
Devido
às dificuldades de obtenção de dados confiáveis e de fácil acesso para
pesquisadores, não constitui um campo de pesquisa científica reconhecido,
constituindo-se num ramo de investigação especulativo e que não faz uso
do método científico. A ufologia tem sido
caracterizada como uma pseudociência, o
que muitos ufologistas rejeitam.
Não
há qualquer evidência amplamente aceita que corrobore a existência de vida
extraterrestre; no entanto, várias reivindicações controversas já foram feitas. A
crença de que alguns objetos voadores não identificados (OVNIs)
podem ter origem extraterrestre
e alegações de abdução alienígena são rejeitadas pela
maior parte da comunidade científica. A grande maioria dos relatos de OVNIs
podem ser explicados por avistamentos de aeronaves humanas, fenômenos atmosféricos ou objetos
astronômicos conhecidos; ou são apenas hoaxes.
A etimologia da palavra ufologia deriva da junção do acrônimo UFO, Unidentified Flying Objects, e o sufixo logia
que vem do grego antigo -λογία, que significa estudo, ramo de conhecimento. No Oxford English
Dictionary, é atribuída a
primeira referência publicada do termo ao Times Literary Supplement de janeiro de 1959, onde se lia: "Os artigos, relatórios e
estudos burocráticos que foram escritos sobre este visitante desconcertante
constituem "ufologia". O acrônimo UFO foi cunhado por Edward J. Ruppelt, capitão da Força Aérea dos
Estados Unidos e chefe do Projeto Livro Azul. Em seu livro The Report on Unidentified Flying Objects[13] de 1956,
Ruppelt declara: “UFO é o termo oficial que eu criei para substituir as palavras discos
voadores". No Brasil, o termo ufologia é amplamente utilizado, apesar
do acrônimo UFO ser comumente substituído pelo acrônimo OVNI, não sendo
substituído pelo equivalente no português europeu, ovnilogia.
Antecedentes
No final do século XIX e início do XX
a questão da vida extraterrestre já
era apresentada em livros, como os do astrônomo Percival Lowell, sobre uma hipotética
civilização marciana avançada, "Mars" (1895), "Mars
and Its Canals" (1906), ou no livro A Guerra dos
Mundos de Orson Welles, sobre uma invasão marciana ao
nosso planeta. No Brasil, os primeiros livros de ficção científica com a
temática da pluralidade de mundos foram O Doutor Benignus (1875) de Augusto Emílio Zaluar, A
Liga dos Planetas (1923) de Albino José F. Coutinho e O Outro
Mundo (1934) de Epaminondas Martins. Também em jornais, história
em quadrinhos e programas de rádio, como a transmissão em 1938
nos Estados Unidos da dramatização do livro A Guerra dos Mundos,
que gerou pânico ao ser confundida pelos ouvintes com um ataque real de
alienígenas marcianos[17] e filmes do seriado Flash Gordon (1936) com
extraterrestres do planeta Mongo.
No Brasil, os extraterrestres de
Orson Welles apareceram nos jornais do Rio de Janeiro que noticiaram o pânico
provocado pela transmissão de A Guerra dos Mundos. O Diário da
Noite em sua primeira página de 06 de dezembro de 1938
noticiou "Susto Incrível Por Todo o Paiz" (sic).
O Correio da Manhãpublicou
em sua terceira página: "A Guerra dos Mundos - Momentos de
Pavor..." (sic) . Em São Paulo, a Folha da Manhã
publicou: "Intenso panico provocado nos Estados Unidos pela
irradiação de A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells".Quadrinhos de Flash
Gordon começaram a ser publicados no Brasil em 1934 e filmes da série
do herói também foram exibidos nos cinemas brasileiros nas décadas de 30 e 40.
O fenômeno OVNI, como tal o conhecemos hoje, veio na forma de um
objeto aéreo, parecido com um dirigível,
que sobrevoou vastas regiões nos Estados Unidos entre 1896 e 1897, começando
pela Califórnia. O jornal San Francisco Call publicou
em 23 de novembro de 1896 uma ilustração da misteriosa nave aérea. Na noite de
25 de novembro a suposta nave reapareceu em onze lugares ao longo do estado. O
dirigível misterioso continuou a ser notícia até 1897; o jornal Chicago
Chronicle de 13 de abril daquele ano publicou: A Nave Aérea é vista em
Iowa[21] e
o The Dallas Morning News em 19 de abril publicou um incidente em Aurora, Texas, quando a nave
aérea colidiu com um moinho de vento, explodindo. O piloto, escreveu o jornal,
não era um habitante desse mundo.[22]
Outro
fenômeno aéreo desconhecido surgiu em 1945, conhecido como foo fighter.
Em dezembro de 1945 surgiu o primeiro artigo nos Estados Unidos dando conta da
observação por pilotos aliados durante a Segunda Guerra Mundial, de bolas de fogo, que
se aproximavam dos aviões.[23] O
fenômeno chegou a ser descrito como pratos de torta, roscas voadoras,
bolhas de sabão, balões e dirigíveis. Tripulações de bombardeiros chegaram a
disparar contra essas bolas de fogo, sem resultado.
Em
1946 surgiram histórias vindas da Suécia e
países escandinavos, sobre a observação de vários foguetes no céu
relatados a imprensa, apelidados de foguetes fantasmas, devido a sua origem
desconhecida à época. Investigações conjuntas envolvendo o Estados Unidos, Reino Unido e
Suécia atribuíram a grande maioria das observações a lançamentos de foguetes da
extinta União Soviética. Surgimento de foguetes
desconhecidos foram noticiados sobrevoando também o norte da Grécia pelo
inglês London Daily Telegraph e por jornais gregos.
O
ano de 1947 foi o marco inicial do surgimento do interesse pelos
chamados discos voadores, designação popular e precursora do acrônimo UFO,
criado por Edward Rupplet para objetos voadores não identificados. O chamado
viral aos discos voadores começou em 1947.
A Era dos
discos voadores
Em
24 de junho de 1947, o piloto civil Kenneth Arnold, pouco antes das três da tarde,
estava sobrevoando a área do Monte Rainier no
estado de Washington, a procura de destroços de um avião C-46,
quando observou uma formação de nove objetos voadores em forma de disco muito
brilhantes, que comparou a pires saltando sobre a água e que um deles era
diferente dos demais, na forma de um crescente. Na entrevista que deu à rádio
KWRC dia 25 de junho disse que eram parecidos com morcegos, ou em forma de
crescente. Arnold estimou a distância entre trinta e dois e quarenta
quilômetros e velocidade em surpreendentes 1.700 milhas por
hora. A história era fantástica e a reputação do piloto inatacável. Os editores
de jornais da região ficaram impressionados e quando a Força Aérea americana
negou ser a origem dos objetos, rapidamente a história ganhou as primeiras
páginas da imprensa mundial. Começava a saga dos discos voadores. O rastilho
foi aceso no dia 25 de junho, quando dois jornalistas de um jornal local,
o Y East Oregonian, entrevistaram Kenneth Arnold e publicaram um
curto artigo, onde pela primeira vez o termo discos voadores aparecia. E num
despacho de imprensa enviaram a notícia ao escritório da Associated Press em
Portland, dali se espalhando para todo o globo.
O
furor mundial com a notícia se refletiu no Brasil, com a publicação do
caso no jornal O Globo de 27 de junho . apenas três dias depois, em um
artigo com o título "Objetos Misteriosos Sobrevoam os EE.
UU.", reproduzindo uma nota da agência de notícias France Presse (AFP): "O
Departamento da Guerra abrirá um inquérito e tomará enérgicas medidas a fim de
que os boatos relativos ao sobrevôo do território dos Estados Unidos por
objetos misteriosos não se espalhe pelo país e para que não atinjam a amplitude
que atingiram na Suécia, no ano passado", e que informações do governo
americano aludiam que a velocidade era ridícula “pois que o avião mais
rápido do mundo absolutamente não passa de 1000 quilômetros por hora e que as
bombas voadoras não voam a menos de 5.000 quilômetros horários e que são
invisíveis nessa velocidade”.[18]
Na
sequência da divulgação, outros relatos surgiram e a semana de 4 de julho de
1947, estabeleceu um recorde para os relatórios sobre OVNIs no país que não foi
quebrado até 1952.[13] Outro
estudo identificou mais de 850 observações de OVNIs feitos durante junho e
julho de 1947, em quarenta e oito estados americanos, em Washington e no Canadá.[28]
O
Caso Kenneth Arnold tem sido estudado e várias interpretações para sua
observação tem sido dadas ao longo das décadas.
Em
8 de julho de 1947, alguns dias após o caso Kenneth Arnold, o jornal Roswell
Daily Record publicou a manchete “Força Aérea norte-americana
captura disco voador num rancho na região de Roswell”, essa notícia foi
replicada por inúmeros jornais nos Estados Unidos e no mundo, repercutindo
uma nota oficial da Base Aérea de Walker, localizada na cidade de Roswell, Novo México,
sobre um disco voador acidentado. A notícia ganhou o mundo e chegou também no
Brasil. O jornal a Folha da Noite de São Paulo, em 9 de julho
de 1947, repercutia naquele momento o desmentido da Força Aérea norte-americana
sobre a queda de um disco voador, alegando se tratar na verdade de um balão,
com a notícia: “Reduzidos às suas verdadeiras proporções os misteriosos
discos-voadores”. O chamado Caso Roswell foi
logo esquecido após o desmentido, ressurgindo novamente apenas em 1978 quando
revivido pelo físico e ufólogo Stanton Terry Friedman. As notícias sobre os
discos voadores de Kenneth Arnold e de Roswell podem ser considerados os
gatilhos para a primeira onda ufológica brasileira. Os jornais brasileiros
noticiaram discos no Rio de Janeiro, São Paulo, Presidente Prudente (um suposto disco
acidentado), Campinas, Santos, Belo Horizonte, Recife. O jornal O Globo chegou
a anunciar: “Enchem-se de discos voadores os céus do Brasil”. A
onda refluiu na segunda quinzena de julho de 1947.
A Ufologia moderna tem uma data inauguração: 24 de junho de 1947, uma terça-feira, um dia como outro qualquer para o americano Kenneth Arnold. Arnold era piloto de pequenos aviões e fazia serviços de encomenda. Naquele dia viajava entre as cidades de Chebalis e Yakima, no estado de Washington, nos Estados Unidos. Com 43 anos de idade, casado e pai de dois filhos, Arnold era um homem conhecido e respeitado em sua cidade, Boise, no vizinho estado de Idaho. Arnold possuía um monomotor e era um especialista em vôos sobre montanhas-- uma necessidade para qualquer piloto que voasse naquela região, já que ali fica a cadeia de montanhas cujo pico é o monte Rainier, com mais de 4.300 metros de altitude, perto da fronteira com o Canadá. E foi exatamente ali, ao sobrevoar o monte Rainier, que Arnold viu o que os ufólogos chamam de primeiro contato visual com naves extraterrestres em tempos modernos.
Segundo Arnold, ao passar sobre as
montanhas, ele viu nove objetos "em forma de discos" se movendo a
grande velocidade, bem mais rápido que a velocidade do som -- cerca de 1.200
quilômetros por hora --, algo impossível para qualquer avião terráqueo naquela
época. O próprio Arnold contou o que viu ao chegar à base -- e, claro, só foi
ouvido por ser um piloto experimentado e um homem respeitado: "Enquanto
voava em direção à Yakima, evolucionei sobre a encosta leste do monte Rainier
esperando descobrir os restos de um avião de transporte do Exército, que se
extraviara nessa zona. A atmosfera estava clara como cristal e, quando retomei
meu rumo, um relâmpago brilhante refletiu-se no interior de minha cabine".
Nesse momento, até onde se sabe, se deu o primeiro avisamento confirmado dos
tempos modernos entre um ser humano e uma nave extraterrestre. O próprio Arnold
relembra:
"Intrigado, olhei para trás e vi
nove coisas, parecidas com aeronaves, que avançavam em diagonal, como se fossem
uma corrente. Por um momento pensei que poderiam ser um novo tipo de avião a
jato, mas em seguida descobri que não tinham cauda. Essas coisas desconhecidas
voavam tranqüila e rapidamente entre os picos da montanha, com uma velocidade
fantástica. Deduzi que a corrente deveria ter uma extensão de oito quilômetros
e que, para cobrir a distância entre o pico do extremo sul do Rainier e o cume
oeste do monte Adams, não tinham gasto mais de um minuto e quarenta e dois
segundos. Voavam como gansos, mas como gansos mais velozes, nunca vistos,
porque calculei que atingiam uma velocidade de 2.700 quilômetros por
hora".
A partir do relato de Arnold --
publicado pelos jornais americanos e pesquisado pela Aeronáutica daquele país
-- surge a palavra UFO, que em inglês é a abreviatura de objeto voador
não-identificado. Muito se discutiu sobre o que Arnold realmente viu: a II
Guerra havia acabado há pouco e os americanos tinham horror da União Soviética
-- e, para muitos, aquelas coisas poderiam ser uma arma secreta americana.
Outros, ao contrário, afirmavam que tudo fora apenas "ilusão de
ótica" e que Arnold vira o que não viu. E, por fim, uns poucos chegaram a
acreditar que aqueles UFOs seriam o início de uma futura invasão russa. Todas
essas análises, no entanto, esbarravam em uma realidade: Arnold era um piloto
muito experiente e não teria interesse em se tornar conhecido através de um
fato desse gênero. Arnold, dessa forma, conhecia muito bem aquela região e era
um piloto capaz de não confundir fenômenos atmosféricos -- nuvens, formação de
tempestades, reflexos -- com objetos reais, ainda que desconhecidos. E, por
último, as Forças Armadas americanas negaram sempre -- naquela época ou hoje em
dia -- que estivessem pesquisando algum avião em forma de disco. Com tudo isso,
e apesar de todas as tentativas do mundo oficial dizer que Arnold mentira, não
foi possível comprovar que o piloto na verdade não tinha visto nada de
estranho.
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